Há um aumento do reconhecimento da importância do direito das mulheres aos recursos naturais. O seu modo de vida, enquanto reprodução de papéis sociais de género, leva a um reforço do apoio das mulheres no acesso a alimentos, terra e, acima de tudo, na gestão de água para consumo doméstico, agricultura, saúde e saneamento. Depender de produtos primários, como acontece com países em sub desenvolvimento, tem papel importante no reforço das desigualdades de género. As mulheres e as raparigas pobres são desproporcionalmente atingidas pela degradação ambiental, pois como normalmente são responsáveis pela recolha de combustível (madeira), forragem e água (cuja procura representa, em média, cerca de 3 horas diárias), a desflorestação obriga-as a despender tempo, e energia, que poderia ser aplicada em esforço de educação, alfabetização ou em actividades geradoras de rendimentos. As questões de género em face das alterações climáticas, e de desenvolvimento sustentável, são mais perceptíveis em pais em desenvolvimento. Nos países, ditos, desenvolvidos, investiga-se, sobretudo, as práticas discriminatórias e a subordinação das mulheres em contextos étnicos, religiosos e culturais. As questões de género/ambiente devem ser equacionadas na Europa, em Portugal e no nosso Município. Nunca nos devemos esquecer da máxima, “agir localmente, pensar globalmente”. Senão vejamos: (i) as mulheres com diversos papéis duplos, produtivos e reprodutivos, as pressões do tempo levam a práticas pouco sustentáveis de deposição e reciclagem de resíduos; (ii) as atitudes tradicionais tornam os homens menos sensíveis e disponíveis para práticas sustentáveis em termos do uso dos automóveis; (iii) a contaminação ambiental produz diferentes efeitos na saúde das mulheres e homens. Neste campo, as mulheres são particularmente vulneráveis aos acidentes domésticos. Também aqui as alterações ambientais são definidas de acordo com idade, classe, hierarquia e género. Pelo que é essencial uma atenção especial para questões de género/ambiente por parte dos actores públicos e privados. Este texto pode ser ouvido na Rádio Antena Vareira, 98.7 FM, de Segunda à Sexta, as 8h30 e 16h30, e na SFM, 98.1 FM. (Rafael Amorim| Amigos do Caster).
Sem comentários:
Enviar um comentário